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Voltar | FundoDerivando anti-eticidade da ameaça (threat) pela EAH
Tue, Nov 17 2015 0:41h - by eksffa
Segundo Hoppe, se a argumentação, por praxeologia pressupõe uma norma onde os dois lados (interlocutores) exercitam controle sobre seu próprio recurso escasso (corpo) afim de exercer uma disputa sobre algo que não se tem acordo, ou resolver um conflito, então as proposições previstas (prepostas) durante a argumentação, não podem contradizer essa norma sem contradizer com ela mesma. Dessa forma, segundo o próprio H3, apesar de comportamentos agressivos, como a ameaça, serem possíveis, não são justificáveis argumentativamente, sendo portanto, anti-éticos.
Derivar o princípio da não agressão (NAP) da ética argumentativa não é pros fracos.
Pra isso, a ética argumentativa pressupõe absoluta liberdade de deter e continuar mantendo controle sobre seu corpo, pela parte com quem você argumenta, não podendo então negar a outra parte controle sobre sua AP, haja vista que você aceitou argumentar e portando já reconheceu e estabeleceu autoproriedade, não cabendo coagir ou ameacar de coação ou agressão sem realizar uma contradição performática.
Dessa perspectiva, Hoppe deriva e conclui que apenas o NAP da auto-propriedade e o homestead Lockeano podem se justificar em uma argumentação não contraditória.
Exemplos, pra estragar.
Tentando ilustrar. Ao argumentar com você sobre o fato A, eu reconheço sua auto-propriedade. Dessa forma não posso ameacar sua auto-propriedade que, anteriormente, eu reconheci. Se houver uma ameaça crível, ela pode potencialmente desestimular que você argumente B, e ao se sentir ameaçado, você tenda a concordar com A.
Por exemplo,
- Indivíduo 1: Imposto é roubo.
- Indivíduo 2: Se você insistir que imposto é roubo vou te prender por apologia ao crime.
Se indivíduo 2 for um fiscal da receita, a ameaça e crível. Logo, a ameaça é provavelmente real, sendo uma postura anti-ética na argumentação.
- Indivíduo 1: sua esposa tem um iPhone e você também; eu não tenho um iPhone nem minha esposa; acredito que deveríamos fazer uma redistribuição de bens e eu ficar com um dos seus 2, já que não tenho nenhum;
- Indivíduo 2: eu discordo porque me custaram caro, acredito que você deva buscar um iPhone pela mesma via que eu consegui o meu, no livre mercado
- Indivíduo 1: minha Taurus autônoma sugere que esse seja o livre mercado e seu iPhone vale sua vida.
- Indivíduo 2: (...)
Se a ameaca for crivel, individuo 2 não tem como continuar a argumentação.
Anti-ético, pois a argumentação só pode ser ética se for livre de ameaça.
E nesse caso foram duas ameaças pois ao dizer que a Tauros é autônoma, já ficou claro que se for pego, a parte vai ainda alegar que a arma disparou sozinha hehehe como é crível também, sendo uma Taurus, LMAO
Exemplos são faca de dois gumes. Mas a derivação é mais ou menos essa.
Ambas posições são colocadas pelo próprio H3 em http://www.hanshoppe.com/wp-content/uploads/publications/hoppe_ult_just_liberty.pdf
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